sexta-feira, 10 de novembro de 2017

O Rock foi à Biblioteca

O Rock foi
à Biblioteca
 


Representantes do underground cariaciquense fizeram parte da programação do projeto "Biblioteca Misteriosa", no último dia 31 de outubro, na Biblioteca Pública Municipal Madeira de Freitas, em Campo Grande, para contar um pouco da história do estilo musical mais ouvido do planeta, o rock.

Foram convidados às falas o guitarrista Fabrício Hoffman, da banda Bad Guys, mestre em educação e bacharel em música pela UFES; Jack Zoopatia, jornalista e editor do blogue Palhetadas do Rock; e Paulo Henrique Linguiça, técnico ambiental e representante da Internacional Anarco Punk (IAP) no ES.

Paulo Henrique Linguiça, Jack Zoopatia e Fabrício Hoffman


As primeiras falas foram de Fabrício Hoffman, que sintetizou os conhecimentos históricos sobre o gênero.

Fabrício lembrou que o rock veio do blues, que era um cântico de lamento dos negros americanos nos campos de algodão. Citou uma das maiores lendas do blues, Robert Johnson, e o mito de que teria vendido sua alma ao diabo para ser o maior blues man de todos os tempos. O mito foi retratado no filme Crossroads, de 1986.

Um registro muito importante feito por Hoffman foi sobre a criação dos doze compassos do blues introduzidos per Robert Johnson, demonstrado por Fabrício no violão Yamaha C80, levado por Jack Zoopatia.




Em seguida, o editor do blogue Palhetadas do Rock, Jack Zoopatia, inicia sua fala enfatizando a importância do registro da "cena", citando o livro Rockrise (2012), do jornalista José Roberto Santos Neves, que cita o underground cariaciquense dos anos 80 e 90, registrando as bandas Zoopatia e Resistência Hard Core (RHC).

Jack lembrou também do livro ABZ do Rock Brasileiro (1987), de Marcelo Dolabela, o qual cita a banda punk capixaba Ferida Exposta, como representante do punk no Espírito Santo.

Jack lembrou do festival de bandas realizado em 1993 e 1995 intitulado Fest Rock em Campo Grande, que teve as bandas Porrada, Dead Fish e Lordose Pra Leão

"Os registros são importantes para a memória cultural, pois sem registro, não há lembrança, e parte do que fizemos terá sido em vão para as futuras gerações", afirma Jack Zoopatia.

Jack é guitarrista fundador da banda Zoopatia (1987), criada a partir da banda Guerrilha, esta a primeira banda punk de Cariacica.

Em seguida, vieram as falas de Paulo Henrique Linguiça, vocalista da banda Resistência Hard Core (RHC), que abriu seu comentário lembrando que o rock é o estilo musical mais ouvido do mundo.

Em seu passado e presente, Paulo Henrique doou e doa seu espírito libertário ao rock e ao underground através de sua banda e das lutas sociais que encampa.


Paulo Henrique e Redson: passado em comum quando tocaram juntos em Vitória (2009), no show de 25 anos de carreira da banda punk paulistana, encontro proporcionado pela banda Ferida Exposta

Ao encerrar, Linguiça parabenizou a iniciativa da equipe da biblioteca municipal Madeira de Freitas ao incluir o rock em sua temática.

As Palhetadas ficam por aqui, mas continuam na cena!

TUDO PELO ROCK!









quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Coletivo Cariacica Underground Inicia Parceria com Secretaria de Cultura

Coletivo Cariacica Underground:
na Rua

Representantes do coletivo Cariacica Underground: Alex Siqueira, Marcelo Silles, Tiago Santos, Jack Zoopatia, Paulo Henrique Linguiça, Múmia, Erildo Denadai (secretário de cultura) e Samara Segades.

No último dia 26 de outubro de 2017, numa quinta-feira, o coletivo Cariacica Underground foi recebido pelo Secretário de Cultura do município, Erildo Denadai, para uma apresentação formal e propostas de parceria para fortalecer a cena underground local.

Um dos objetivos da reunião foi de uma associação entre as entidades para executar o projeto "Underground na Rua", idealizado pelo grupo e que propõe a circulação de um modelo de intervenção cultural em conjunto com as comunidades locais.

Membros do coletivo Cariacica Underground em reunião na praça da Avenida Jerusalém: Jack Zoopatia, Paulo Henrique Linguiça, Tiago Santos, Emerson da Silva e Samara Segades. Degustação de cerveja e um ótimo bate-papo com avanços significativos na organização do coletivo.

O projeto prevê a exibição de grupos musicais, teatro, oficinas, cineclubismo, feira de trocas, feira de vinis, feira de alimentos, apresentação da cultura hip hop, skate e bike, dentre outras manifestações da cultura underground.

A proposta também contém a intenção de promover os talentos artísticos residentes nos bairros visitados. Por isso a atuação das associações de artistas e de bairros será fortemente incentivada a partir de encontros com a organização do projeto.

O resultado da reunião foi excelente. Dentre as propostas do coletivo, está a solicitação de uso de um espaço dentro do Centro Cultural Frei Civitella, exclusivo para representantes da cena underground, que serviria de base de apoio para realização de encontros, reuniões e apresentações musicais e exposição da arte contemporânea underground. Além disso, foi solicitado que o local possa abrigar instrumentos musicais e caixas de som para a realização de ensaios de bandas e grupos e também de teatro e rap.

As intervenções vão seguir um calendário que prevê sua circulação nas praças dos bairros Oriente, Nova Brasília, Rosa da Penha, Itacibá, Jardim América, Campo Grande, São Geraldo, Itaquari, Vila Palestina e outros que ainda serão indicados.

De acordo com o coletivo, a ocupação de espaços públicos por movimentos sociais da comunidade é uma realidade há muito praticada e que o underground cariaciquense deve incrementar.

Segundo Jack Zoopatia, essa relação com o poder público é obrigatória pois o underground possui várias faces. "Uma face é da rua e de protesto e contestação, mas também há uma face de contato com outros seguimentos da sociedade", diz.

De acordo com Paulo Henrique Linguiça, desde o início dos anos 90, os militantes da cena buscaram novos nichos para suas manifestações políticas, sociais e de contracultura. "Nos juntamos a movimentos sociais e não nos separamos dele. Hoje, temos que realizar esse diálogo e ocupar um espaço que nos pertence", completa.


Acima, Paulo Henrique Linguiça em conferência que aconteceu em 31 de outubro de 2017, sobre o underground, na Biblioteca Pública Madeira de Freitas, onde falou das curiosidades do rock e da cena underground no Estado e em Cariacica. Paulo Henrique Linguiça é o principal representante da Internacional Anarco Punk (IAP) no Espírito Santo e um dos interlocutores e articuladores do movimento no Brasil.

O coletivo Cariacica Underground é formado principalmente por representantes da cena cariaciquense e está aberto à participação de todos que quiserem fortalecer o movimento. Dentre os membros, alguns se mantém em atividade desde o final da década de 80.

As Palhetadas são do rock e o underground está nas ruas.

Do seu editor de sempre, nos encontramos na cena!