quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Outras Velharias e um Novo Álbum

Outras Velharias
e um Novo Álbum



Estamos de luto.

Desde a década de 80, com todas as adversidades, os sedentos of rock da terra da Bosta Seca sempre buscaram sua autonomia artística, montando suas bandas de garagem, escrevendo letras próprias e criando seus riffs de guitarra.

Alguém já falou por aí que nós só temos funk e pagode. Pobre diabo, não sabe o que diz! Não sabe que sempre fomos celeiro, celeiro do underground. As gerações passam e as forças se renovam.

Grupos musicais como InMind, Outras Velharias, RHC e as iniciativas individuais de Marcelo Pimenta, Paulo Henrique Linguiça, Danilo de Bona, Dan Carlos e outros que abraçaram a causa da criação autoral, provam isso.

A banda Outras Velharias começou interpretando Ramones e Raimundos, hoje apresenta seu trabalho autoral, repleto de influências do rock nacional, valorizando algumas características da música popular.

Gleidson Passos - backing vocal e bateria, Pedro Tonini - vocal e guitarra, Richelmy Moraes - backing vocal e guitarra, Rafael Rocha - backing vocal e baixo

Com o EP intitulado Catapora no Toioiô, a banda apresenta letras irreverentes com os riffs rápidos do punk e do hard core. A temática trata de relacionamento e comportamento com muito bom humor e sarcasmo, utilizando uma linguagem de gueto, de rua, sem frescura e direto ao assunto.

O guitarrista e vocalista Pedro Tonini, nas músicas Judas Surfista e Coxa Maravilha, faz uma boa composição entre riffs de rock e regae/ska. Vale a pena ouvir e avaliar.

A faixa Pamonha de Piracicaba traduz bem o espírito da banda: rock rápido, irreverente e sem vergonha, com um pequeno solo em duas cordas que valoriza a composição, como deve fazer um bom guitarrista, sem querer ser maior que a própria banda.

A composição título, Catapora no Toioiô, essa sim, favorece a roda de pogo, a dança punk, como todos gostam. Um belo hard core com uma pequena frase em baixa rotação e depois a retomada das palhetadas rapidas pros malucos continuarem a dança com toda energia.



Mas o mérito maior é o de ser uma produção independente num cenário em que sempre foi muito mais fácil promover o cover.

Artistas de verdade, que prezam a música e seu instrumento, seja guitarra, voz, baixo ou bateria, sabem que compor é respeitar a si próprio como músico digno de empunhar baquetas e palhetas, e manter entonações.


Do seu editor punk... tudo pelo rock!!!



domingo, 25 de setembro de 2016

Woodstock: a história ainda não acabou

Woodstock:
a história ainda
não acabou



Em prol dos sedentos of rock, as Palhetadas despencaram de nossa amada Cariacica para a maior cidade da América Latina para conhecer um dos templos do rock and roll e do heavy metal.

Nosso destino nos levou até um momento inusitado, nos transportando para o "olho do furacão" através do túnel do rock tempo, lugar em que sempre esteve Walcir Chalas, proprietário da Woodstock Store, inaugurada em 1978.

A primeira visita a Walcir, em sua loja, foi marcada pelo entusiasmo de quem sabe que faz parte da história do rock no Brasil.

Assim que nos apresentamos como emissários do underground capixaba fomos tratados como se fôssemos conhecidos de velha data. Walcir foi muito receptivo e nos contou o que sentiu quando estava no "olho do furacão" como se estivesse revivendo aquele momento em que desembarcou em Londres e percebeu algo fantástico, a era da New Wave of British Heavy Metal.

Minha primeira pergunta a Walcir foi se naquela época ele tinha alguma noção do tamanho da obra que estava criando. Ele disse que percebeu o que tinha realizado somente quando "as luzes se apagaram", em 1992, com o crescimento da internet, o mp3 e a quebradeira das gravadoras.



Na terceira vez que estive na loja, encontrei Walcir recebendo um casal e uma encomenda. O rapaz, já maduro, estava apresentando sua esposa a quem ele chamou de ídolo e agradecia a Walcir por ter-lhe proporcionado tantos momentos memoráveis em sua juventude com os encontros de jovens sedentos of rock na frente da Woodstock. Como ele, muitos outros ainda fazem essa peregrinação, como um louvor às memórias do movimento metal patrocinado por Chalas.



Quanto à encomenda, tratava-se de um vinil de cor azul, uma coletânea do ACDC prensada pelo próprio Walcir na década de 80, uma raridade, que ele fazia na época para suprir a demanda por vinis. Foram prensadas apenas trezentas unidades daquele volume. Nenhum ficou com Chalas.

Há um certo tempo, Walcir vem reconstituindo sua própria história, reunindo imagens, depoimentos, objetos e também vinis, inclusive os que ele havia lançado.

Dessa fase de reconstituição, temos o documentário "Woodstock, mais que uma loja", lançado no final de 2014, com quase oito mil visualizações no Youtube, sendo exibido também no Netflix, e suas memórias que estão sendo escritas.



Aos seguidores das Palhetadas é obrigatória uma visita ao Walcir, diga lá que é de Cariacica, que é das Palhetadas do Rock, que ele vai te receber muito bem...

Ainda hoje a Woodstock representa os sonhos de toda uma geração de roqueiros e apaixonados pelo rock que ali se encontravam para ouvir as novidades do rock mundial, numa forma de consumo hoje considerada romântica.

Nunca esqueceremos das dezenas de fitas k-7 que reproduzíamos e dos vinis inéditos que algum heavy trazia de BH ou mesmo de Sampa. Em Cariacica passamos por tudo isso... na esquina da avenida Campo Grande, no morro do Padre, no Polivalente e na avenida Jerusalém...

Da terra da garoa... do seu editor do underground...

Tudo pelo rock!!!






segunda-feira, 23 de maio de 2016

Grupo Moxuara 17 Anos Depois...

Grupo Moxuara,

17 Anos Depois...


Moxuara, em verso e prosa.

O grupo Moxuara voltou ao palco do Centro Cultural Sesc Glória, em Vitória, depois de 17 anos. Vale a reflexão sobre os mais de 25 anos de trabalho desse grupo de jovens que se reunia nas festas de bairro em Cariacica, mais precisamente nos arredores de Campo Grande, bairro São Geraldo e Vila Palestina, lá pela segunda metade da década de 80.

Luiz Guilherme e Naira Mota. Quando o Moxuara nasceu, minha filha ainda era projeto... Na mesma época em que realizava meu trabalho como guitarrista da banda Zoopatia, o Moxuara surgia firme em seus propósitos.

Mas acreditamos numa premonição... porque quando nascemos, nascemos predestinados, mas ao longo do caminho temos nosso espaço, fazemos nossas escolhas (livre arbítrio?).

Escolhas que Luis Guilherme, Flávio Vezzoni e José Elias souberam fazer muito bem. Nos deram o Moxuara, em verso e prosa.

Ontem, numa bela noite de domingo, contemplamos, nós, os amigos do Moxuara, bagunceiros e felizes, mais uma apresentação intimista e alegre do grupo. Interação como a de uma família, gritos de "lindo" e muitos aplausos.

Jack Zoopatia, Flávio Vezzoni e Dílio Lyra.

Boas lembranças no repertório que em 1 hora e 15 minutos nos brindou com canções de seus primeiros trabalhos, Quarto Crescente e Pontos e Nós, dentre outros.

A agenda do grupo segue adiante, com shows previstos para o Sul e Centro-Oeste do país.

Vá em frente Moxuara, e leve o embornal no lado esquerdo do peito...

Do seu editor punk, TUDO PELO ROCK!



Cláudio Postay, mais um grande orgulho de nossa amada Cariacica.
É muito artista reunido... eu no meio... Carlos Rabello, Jack Zoopatia, Edvan Freitas e Dilio Lyra.
Naira Mota e o professor Erildo.

Naira Mota e Edvan Freitas.